sábado, 22 de novembro de 2008

Posse. Agradecimento na ação.



O mais novo personagem O DIRETOR para o ator.

Cena da "Posse" do ator Sérgio Mamberti como novo diretor da FUNARTE.

Por onde começar a falar sobre essa semana que foi um grande futuro? Foi a seta de olhos sentindo a potência, para chegar ao ato.

Desde que começamos a comunicação com FUNARTE e que éramos colocados de lado, nunca desistimos.

Resolvemos ocupar. Com a ocupação chamada CHUTE começamos literalmente a abrir a PORTA e o Teatro. As coisas na porta já eram a ação de entrada. Ficou claro que abriria na participação de todas as artes, técnicas, tecnologias.

O CHUTE foi feito no afeto. Da necessidade de espaço para comunicar, praticar. A própria força ato contido na estética de cada dia acordando domingo para revitalizar algo que é um teatro, agente. Aquele monte de bandas, pessoas surgindo, apoiando porque queriam, pintando, dançando, cantando, lendo, falando... Comparecendo. Abrindo os ouvidos para a condição da política cultural, e nem por isso deixando de se divertir. CHUTE.

Nunca desistimos.

Quando veio a ASSERTE nos procurando – em um momento em que estávamos desistindo da FUNARTE e começando a investir em outras instâncias – eles nos abriram a cabeça e abriram a situação que ocorria lá dentro. E que era sentido aqui de fora pelo grupo, como a gente sendo mais uma das coisas entre milhares para serem resolvidas no país, onde não tínhamos tanta força. Mas não. Eles mostraram a situação. Interna. A circulação da instituição, ou a falta, a estagnação. E lá destrincharam para nós coisas que nem na mídia havia saído, nem sairia - e nem saiu. Isso nos chocou. Qual o "porque"? Conversando descobrimos que era o mesmo "porque" do nosso. De melhorar a instituição que dá valor a movimentos artísticos que valorizem a cultura e a história renovando-a sempre.

E quando o Sérgio Mamberti é empossado, e nos recebe no meio de um turbilhão de coisas, nos recebe no final de uma reunião com a ASSERTE, de horas, arrumando suas coisas depois de um abraço de coração, para ir viajar, com a agenda borbulhando diz: "Minha agenda é cheia sim. E não é por isso que vou deixar de tomar decisões importantes." Bom, o diretor da FUNARTE sabe da importância do teatro, e do nosso trabalho. E depois de dizermos a ele que o teatro estava fechado há 8 anos - onde ele arregalou os olhos -, depois de afirmar pela sua pergunta se o teatro era da FUNARTE, depois de nós escutarmos que ele já havia feito peça lá ele disse : "Precisamos, antes do evento, abrir o teatro para ver se não sai aranha e lagartos de lá de dentro."

Pronto, um artista com o poder político nas mãos age como um artista. Possibilita a renovação numa primeira comunicação sua com nosso movimento, e o afeto sincero das presenças, das potências, por tudo o que terá que fazer.

No dia de sua posse entendi algo que pode ter sido a força de 68. A força da importância das coisas não pela quantidade nem a qualidade do momento. E sim quando o afeto e você faz ele ser importante, chutando para frente essa força. Para que esse quase deslumbre com a posse de Sérgio não seja duvidada... Que ela potencialize inclusive para esclarecer o que realmente pode ser feito nessa administração que pede e chama tudo.

ME PUXA!

Chama o diálogo dos servidores com a diretoria, os artistas e a diretoria – e quando digo artistas digo todos mesmo, que se interessam pela melhora das administrações das verbas públicas, de artistas que não se interessam em ser lobotomizados – a coragem de participar!

E graças a ASSERTE, pela Paula, Vicente, Paulo, Ana, entre outros, o Chico, o Marcos, estamos tendo a oportunidade de aprender sobre o que é o país, esse órgão, porque eles também acreditaram em algo que está nascendo, esse Teatro Móvel, o Movimento Dulcinelândia... O Sérgio que está afim de administrar aquela instituição com a parceria de todos. Só assim, acredito. Além das idades. Se a pessoa é mais velha tem experiência ao invés de dizer que já fez, faz de novo, melhor e ensina. Os jovens se interem. Façam. Arrisquem. Arrisquemos! Nós vamos conseguir abrir esse teatro de um formato completamente diferente das salas atuais do Rio, tenho certeza. Porque será e é um Centro de Pesquisa, e não puro experimentalismo.

O CHUTE 8° vai acontecer pela nossa resistência e as participações de todos os envolvidos, nos dias de CHUTE e fora, em outras áreas. Agradeço essa oportunidade, sem abaixar a cabeça como se tudo estivesse certo. Pelo contrário. A situação é de continuidade.

Agora vamos para São Paulo entender e se relacionar-comunicando sobre todas as questões que envolvem esse órgão nacional, assim como o Teatro Regina-Dulcina que tem também uma importância de nível nacional, nascendo com a força das comemorações para cremações.

Muita gente afim. Inventando. Criando.

Não pode ficar de estomago vazio. Mas não pode também se submeter. Ficar à parte.

Espero que cada um signifique esse momento. De nascimento do século. 68 todos foram às ruas... se encontraram. Era a força repressora empurrando encontro. Hoje o virtual nos põe a todo momento em comunicação. Para aumentar o valor, ou a importância do encontro.

Vamos nos ver na carne?

Vem a MORTA.

A MORTA das comemorações dos mortos!

A cremação para nosso nascimento. Fogo paixão!


Alo, alo...